- Área: 3982 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Tiago De Oliveira Andrade
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Fabricantes: Hunter Douglas, Coliseum, Deca, Docol, Ergo, N. Didini, Omega Light, Portinari, Projeto Envidraçamentos, Triarco
Descrição enviada pela equipe de projeto. Pavilhão Aeroporto faz parte da série de 12 Pavilhões Urbanos que criamos para a Hyundai, compostos por showroom e áreas de exposição. Três temas guiaram o processo: para a cidade, o edifício como instalação; para a arquitetura, a flexibilidade do programa, para a construção, uma matriz tecnológica reprodutível. Essa matriz, aliás, é o elemento aglutinador de todos os trabalhos e transformou um problema técnico num elemento de linguagem, a sa ber: um volume transparente montado pela junção de perfis de aço e vidro aplicado diretamente aos perfis sem caixilhos. Uma redução, por assim dizer, onde um grande volume se resolve com pouca matéria.
Para o Pavilhão Aeroporto trabalhamos com duas caixas sobrepostas: uma em vidro, contendo a área expositiva e outra como uma espécie de segunda pele, que, ao mesmo em que atua como um brise-soleil, permite a transparência necessária para a função de showroom. Essa pele é definida por um sistema de passarelas elevadas, que ao mesmo tempo em que define as linhas dinâmicas da fachada, permite a promenade de contemplação do interior.
O edifício está implantado numa importante via expressa de acesso ao Aeroporto de Congonhas na cidade de São Paulo e a possibilidade de ser visto unicamente em velocidade induziu a que pensássemos sua implantação como um corpo linear que flutua na paisagem. Uma instalação, por assim dizer, que, vista do espaço público, força a arquitetura para além de sua função e a apresenta para a cidade como um edifício singular.
O espaço interno é composto por um vazio principal, outro secundário e um hall de acesso que os conecta. Os três espaços são envolvidos pela passarela - fachada, elevada em altura variável do solo e formada em sua superfície por um sistema de placas verticais com ritmo variável a partir de um modelo matemático. Essa placas funcionam como brise-soleil, atém de protegerem a passarela frente ao espaço da rua.
O projeto define-se por um corpo linear de 72,00 metros de extensão, por 22.30 metros de largura e 10 metros de altura. É suportado por colunas de aço em seção tubular quadrada de 350 x 350 mm, com espaçamento entre eixos variando entre 4.80 e 9.60 metros, recuadas 3.70 metros em relação a fachada frontal e 1.50 metros em relação à fachada posterior. Vigas laminadas em aço W 530 x 85 vencem ambos os vãos, criando o suporte necessário para a leve cobertura em telha metálica tipo sanduíche e se prolongam em balanço, criando o suporte para a segunda pele definida pela passarela frontal e para a fachada posterior.
A passarela frontal é atirantada na estrutura de cobertura por perfis de aço em seção tubular quadrada de 100 x 200 mm com espaçamento entre eixos de 4.80 metros. Nestes tirantes uma viga tubular com seção retangular de 300 x 200 mm cria o apoio para o piso da passarela executada em chapa perfurada de aço.
Pavilhões fazem parte da cultura da arquitetura como obras que se destacam pelo estoque de volume espacial que mobilizam e não necessariamente pelo programa que abrigam. São obras feitas para ninguém, pois são pensadas para resistirem ao uso e mudarem com o tempo. Essa flexibilidade dota a arquitetura da responsabilidade de sobreviver por outras características, se isso vier a fazer sentido, mas fará parte de uma história que não podem determinar.